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Arquitetos: Duoma, Simão Botelho, Studio-J
- Área: 2050 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Francisco Nogueira
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Fabricantes: A Cimenteira do Louro, CIN, Forbo, Gabelex, Gyptec, Leca, Mapei, Primus Vitória, Revigres, Reynaers, Sanitana
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto do Pólo de Saúde de Carcavelos resultou de um concurso público de arquitetura e agrega num só edifício quatro serviços de saúde: Unidade de Saúde Familiar (USF), Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados (URAP), Equipa de Tratamento de Toxicodependência (ET) e Serviço de Psiquiatria (SP). O objetivo do projeto é combinar serviços médicos formais com atividades informais, gerando sinergias e promovendo processos de cura e integração social através da criação de um jardim público. Na relação com a envolvente, a massa do edifício conforma uma barreira sonora face à estrada a norte, libertando espaço para dar lugar ao jardim, que se encontra delimitado pelo bairro habitacional existente a sul. Ao nível do piso térreo o projeto estabelece um pódio contínuo, proporcionando um miradouro sobre a vegetação distante a nascente.
A distribuição do programa funcional beneficia da topografia natural do terreno, posicionando a USF/URAP no piso térreo em estreita relação com o jardim público. A oeste, o SP eleva-se um piso e a ET situa-se num nível inferior, acessível através do jardim no topo nascente. O edifício organiza-se de forma racional e pragmática, seguindo um princípio linear de distribuição a partir de um corredor central (onde se localizam as principais infraestruturas técnicas) ladeado por gabinetes de ambos os lados. No interior, o sistema de construção leve em gesso cartonado facilita futuras adaptações espaciais e respeita o sistema métrico da fachada. O módulo do gabinete é revelado nos alçados através de painéis estruturais de betão in situ, numa abordagem regrada e sistemática contraposta pela organicidade do desenho da pala curva e ajardinada que envolve todo o jardim, gera zonas de sombra e unifica o complexo. A materialidade crua do edifício contrasta com o verde do jardim, realçando-o. O ambiente interior pretende-se branco e luminoso.
Concebido para ser um lugar de comunidade, o jardim desenvolve-se em dois níveis: piso inferior com um pátio verde (composto por árvores e vegetação baixa) e uma zona de hortas urbanas (na frente nascente); piso térreo com um relvado pontuado por equipamentos infantis, uma cafetaria com esplanada e uma área exterior coberta de uso polivalente. Estas valências destinam-se a ser usufruídas pelos utentes das unidades de saúde (doentes e funcionários) e pela comunidade local para atividades como convívios, exercício fisico, workshops ou encontros informais, pretendendo contribuir para o desenvolvimento de modelos de integração e de Prescrição Social.